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Mostrando postagens de agosto, 2014

Chrônica de ninar

  Do alto da inércia que me paira, assisto sentada ao deslizar de meu corpo sobre a lâmina brilhante de um punhal. Insistente sou em vagar nas horas tardas. Sinto trêmulos ponteiros a fragmentar as linhas certamente finitas de minha ímpar existência. Divagando observo aos furtos que o destino lança contra a tênue linha que me tece. E assim, a cada dia, encontro minúsculas elipses que tramam minha composição. Um dia serão tantas que me tornarão opaca. Esse processo de desmanche já me é dado a conhecer desde tenra idade, pois que vejo o chronos a devorar-me, mesmo antes de dar meus primeiros passos. Porém, engano do voraz que pensa findar minha essência na matéria. Não sabe ele que sou imortal. Lorena Barreto (29/04/2014)