Me banho em lágrimas.
Componho mares.
Esse é o preço que eu pago
Por não me conformar com o que posto está.
Desatino a teimar e em não aceitar
Aquilo que se dita
Não sou Leminski
Para tacitamente assinar
Em tudo o que o destino pintar.
Histórias bruscamente interrompidas
Mas que marcaram o suficiente
Para me lembrar
Que o destino é o meu mais feroz inimigo
Que de vez em quando
me convida a uma trégua,
Mas desconfiada como sou
Não dou ouvidos a esse ator
É tão somente mais um golpe
Para me fazer ceder
E seu poder reconhecer
Mas enquanto eu viver
Teimarei mais tanto ainda
Amarei o que não me foi permitido
E guardarei no peito o que ele não consegue arrancar,
Pois até à morte, ó, Sina,
Insistirei em tecer
As próprias linhas do meu viver.
Lorena Barreto
segunda-feira, 29 de agosto de 2016
domingo, 28 de agosto de 2016
Prometeu acorrentado
Versos proibidos
A vida me faz escrever
Se enamorou meu coração
De um inacessível ser
Mas não conformado
E de dura cerviz
Busquei conquistá-lo
Subi altas montanhas
Até avistar a musa
De olhos de fogo
Que me haviam consumido
De terna paixão
Num sonho que tivera
Tão real quanto a inveja dos deuses
Num jogo
Entrei eu para vencer
Mesmo sabendo desde o começo
Que iria padecer
Achou-me o Destino mais uma vez
e logo meu laço com ela desfez
Tal qual Prometeu acorrentado fora
Pela flor vermelha que dera aos homens
Sentenciado fui eu a viver sendo
Devorado lentamente pela dor
Que me faz pensar no que a gente poderia ser.
Lorena Barreto
A vida me faz escrever
Se enamorou meu coração
De um inacessível ser
Mas não conformado
E de dura cerviz
Busquei conquistá-lo
Subi altas montanhas
Até avistar a musa
De olhos de fogo
Que me haviam consumido
De terna paixão
Num sonho que tivera
Tão real quanto a inveja dos deuses
Num jogo
Entrei eu para vencer
Mesmo sabendo desde o começo
Que iria padecer
Achou-me o Destino mais uma vez
e logo meu laço com ela desfez
Tal qual Prometeu acorrentado fora
Pela flor vermelha que dera aos homens
Sentenciado fui eu a viver sendo
Devorado lentamente pela dor
Que me faz pensar no que a gente poderia ser.
Lorena Barreto
Ao meio-dia
Traga o sol.
Traga o sol para mais perto.
Traga-o.
Solamente una coisa te pido:
Solidifique os laços com a luz.
Solte o trago que te insola.
Pasme diante do solar
Da beira à eira.
Sem plasma tv.
Seja o sol.
Sol a sol.
Sol na sola.
Traga o sol.
Traga o sol para o teto.
Traga-o.
Sole um solilóquio.
Ensaia a letra inteira
Na barra da tua saia.
Toda a plateia
Está a tua espera,
Grata ao sol.
Traga o solo
Que te pariu.
Solte a mente.
Tragando o vil
Astro das manhãs.
Rei serás da tua soul.
Ação insólita pensar
Que mesmo após os poentes,
O sol se torna poema.
"Sou o que sol"
É o cantar dos consolidados.
"Sol, o que eu sou?"
A pergunta dos desolados.
No cósmico viver,
Tragando o sol,
A ordem é uma só:
Seja um feto,
em teu ventre, o sol.
Afete o que te fere.
Fiat lux.
Lorena Barreto
Traga o sol para mais perto.
Traga-o.
Solamente una coisa te pido:
Solidifique os laços com a luz.
Solte o trago que te insola.
Pasme diante do solar
Da beira à eira.
Sem plasma tv.
Seja o sol.
Sol a sol.
Sol na sola.
Traga o sol.
Traga o sol para o teto.
Traga-o.
Sole um solilóquio.
Ensaia a letra inteira
Na barra da tua saia.
Toda a plateia
Está a tua espera,
Grata ao sol.
Traga o solo
Que te pariu.
Solte a mente.
Tragando o vil
Astro das manhãs.
Rei serás da tua soul.
Ação insólita pensar
Que mesmo após os poentes,
O sol se torna poema.
"Sou o que sol"
É o cantar dos consolidados.
"Sol, o que eu sou?"
A pergunta dos desolados.
No cósmico viver,
Tragando o sol,
A ordem é uma só:
Seja um feto,
em teu ventre, o sol.
Afete o que te fere.
Fiat lux.
Lorena Barreto
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